As 4 estratégias dos consumidores para manter os carrinhos cheios no mercado, mesmo com a inflação alta
Mesmo com renda apertada, brasileiros trocam marcas, buscam novidades e recorrem ao atacarejo para manter a dispensa cheia em 2025. O consumidor brasileiro está travando uma guerra silenciosa nos corredores dos supermercados. Com a inflação pressionando os preços, a renda corroída e o câmbio oscilante, encher o carrinho virou um exercício de sobrevivência. É nesse cenário que a pesquisa Full View 2025, da NielsenIQ, identificou quatro estratégias predominantes adotadas pelas famílias para driblar a alta de preços e manter o abastecimento da casa: Estratégia 1: troca de categoria - A substituição de produtos se tornou a principal reação dos consumidores à inflação. O movimento é tão forte que muitas dessas categorias, além de perderem volume, também viram uma redução na penetração nos lares — ou seja, menos famílias comprando com regularidade. Estratégia 2: novas marcas (e desconhecidas) - A abertura para experimentar novas marcas é outro reflexo da busca por economia. Entre os consumidores, 26,7% dizem ser “extremamente importante” ter acesso a novos produtos básicos, e 23,8% pensam o mesmo sobre itens complementares. Em 2025, já foram lançados mais de 39.000 novos produtos, com crescimento de 36% nas vendas puxado por esses lançamentos. Estratégia 3: lealdade ao preço - A lealdade às marcas também está sob pressão. Marcas que conseguem entregar preço competitivo e estratégia promocional eficaz tendem a ganhar espaço. Essa elasticidade de preço é mais visível nos produtos básicos, onde 66% das categorias apresentam forte sensibilidade a promoções. Estratégia 4: multiplicação de canais - O consumidor está comprando menos vezes, mas em mais lugares. É um comportamento estratégico: a pessoa entende onde encontra o melhor preço para cada tipo de compra. O consumidor virou um curador do próprio consumo. O resultado dessa reorganização é um carrinho mais enxuto, porém mais eficiente. A frequência de compra caiu, mas o ticket médio aumentou 2% — puxado por compras combinadas de itens básicos e complementares. Mesmo assim, 84% das categorias básicas desaceleraram em volume no primeiro trimestre de 2025. A inflação, que afetou 78% das categorias com aumento de preço, deve continuar ditando o ritmo. O crescimento de faturamento segue, mas majoritariamente impulsionado pelo preço, e não pelo volume. No fim das contas, o consumidor está reinventando a rotina de compra, item por item, canal por canal - e cada decisão no mercado revela um pouco mais sobre a pressão invisível que pesa sobre os lares brasileiros. Fonte: https://exame.com/negocios.