Varejo aposta em IA para mapear comportamento de consumidores
Redes varejistas têm adotado tecnologias baseadas em inteligência artificial para monitorar a jornada dos consumidores e otimizar o funcionamento dos pontos de venda. Entre as soluções utilizadas, estão câmeras com sensores, algoritmos de visão computacional, mapas de calor e contadores 3D, que permitem rastrear os trajetos dos clientes dentro das lojas e identificar produtos que atraem mais atenção. A rede japonesa MUJI, por exemplo, utiliza o sistema FootfallCam para gerar mapas de calor e acompanhar o fluxo de clientes com base nas câmeras já instaladas. A 2nd Avenue Thrift Superstore, nos Estados Unidos, adota tecnologia semelhante. Na Ásia, a rede Watsons implantou o FootfallCam 3D Pro2 em lojas de países como Hong Kong, Malásia e Vietnã. Já a Hometime, do setor de móveis, emprega contadores de passos 3D nos showrooms da Dreams, no Reino Unido e Irlanda, para obter dados sobre a movimentação dos visitantes. Além do rastreamento de percurso, outras tecnologias avançadas têm sido exploradas para personalizar a experiência de compra. Ferramentas de reconhecimento de íris e visão computacional permitem identificar quais produtos atraem o olhar dos consumidores, ajudando na criação de zonas de destaque e na exposição de itens com maior potencial de venda. Segundo projeções do setor, o mercado global de inteligência artificial no varejo deve crescer de US$ 7,14 bilhões em 2023 para US$ 85,07 bilhões em 2032. A estimativa é que, até 2028, esse valor atinja US$ 31 bilhões. De acordo com a KPMG, o uso da IA no varejo deve saltar de 33% para 85% das empresas em três anos. Entre os principais usos estão a automação de processos, a personalização do atendimento e a análise de dados de consumo. Apesar do avanço, o uso de dados exige conformidade com legislações de proteção à privacidade. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige transparência e consentimento no tratamento de informações pessoais. Técnicas como anonimização, criptografia e o uso de blockchain são adotadas para garantir a segurança dos dados. A implementação dessas tecnologias, no entanto, ainda enfrenta desafios, especialmente entre redes de pequeno e médio porte. O alto custo inicial, a complexidade da integração e a resistência de equipes internas dificultam a adoção. A escassez de profissionais qualificados também é um entrave. Soluções modulares, parcerias especializadas e programas de capacitação têm sido apontados como caminhos para superar essas barreiras. Fonte: https://samaisvarejo.com.br/publicacoes/varejo